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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

P.S. Eu Te amo...

Mais uma vez estava eu sentado, na pequena escrivaninha ao lado de minha cama, apenas com o abajur aceso. Havia passado a noite tentando compor palavras, tecer textos, todos para colocar na carta que pretendia te enviar. E depois de muitos papéis amassados, borrachas gastas, lápis desapontados, canetas secas, gritos abafados por meu travesseiro e de tentar dormir por duas horas, eu puxava uma nova folha de papel ofício e uma caneta recém aberta para arriscar mais uma vez. Respirei profundamente e tentei organizar minhas ideias.

Fechei os olhos, e diante de mim eu só via você, sorrindo, olhos brilhantes, cabelos esvoaçantes. Te via correndo em minha direção, me puxando para mais uma dança naquela festa que você tanto insistiu para que eu fosse. Te vi chorando e me abraçando, me pedindo para te proteger naqueles momentos tão difíceis... Lembrei daquele nosso primeiro beijo sob as estrelas, quando descobri a intensidade do que eu sentia por você. Também lembrei da dor que eu senti, daquelas lágrimas que escorreram dos meus olhos naquele momento em que tivemos que nos separar. Sua imagem que eu avistei da janela daquele transporte que me levava para longe de você, que me arrancava de você, ainda permanece na minha memória, e só de pensar já sinto aquele nó na garganta característico da dor da saudade que sinto de você. 

E lá estava eu, chorando novamente, naquela madrugada fria, com minhas lágrimas manchando todo o papel que eu preparava para escrever. Sim, eu sofria a dor que a distância teimava em aumentar em meu coração. Então, tentei enxugar as lágrimas e escrever. Escrever sobre meus sentimentos, escrever sobre a saudade, tentar descrever o quanto eu queria estar do seu lado naquele momento, o quanto os nossos desencontros só aumentaram os meus sentimentos por você. Queria escrever sobre a sua importância na minha vida e sobre todas as aventuras que nós um dia viveríamos juntos.

Mas nada consegui colocar no papel. Todo aquele sentimento tirava todas as minhas forças e eu só sentia vontade de te amar, de estar com você, de te beijar...  E nada mais importava naquele momento. Então decidi falar dele, do momento, pois sabia que você, com sua compreensão infinita, iria compreender tudo o que eu quero dizer e todo o sentimento por trás desse fato. Então, o que saiu foi essa carta, tão sem graça que hoje envio a você. Uma tentativa quase frustrada de tentar dizer o que eu sinto por você e o quanto a saudade dói dentro de mim. Sei que há muito nos encontramos, e que valeu pela vida toda, porque eu posso te garantir que esse sentimento jamais morrerá dentro de mim, mesmo que morra dentro de você. E tudo o que eu sentir será suficiente para nós dois, tal é o tamanho dele, do meu sentimento.

Agora, o papel acaba, a tinta seca, e eu não queria mais parar de escrever, mas é preciso, caso contrário você não receberá e de nada valerá todo o meu esforço. Gostaria de te mandar beijos, gostaria de te mandar abraços, mas nada disso é igual a fazer pessoalmente. Então, o que lhe envio não minhas mais sinceras intenções de te encontrar novamente para que, pessoalmente, eu possa te dar todos os beijos e abraços que deveria enviar nesta carta.

Como já disse, estou morrendo de saudades. Espero te ver logo.

Assinado: Aquele que mora dentro do seu coração...

P.S. Eu te amo!



Rafael Victor

Lágrimas

Quando pequeno eu era, facilmente conseguia chorar, lavar minha alma ainda tão infante e que já sentia o peso da pressão de estar vivo.

No entanto, o tempo passou, e aprendi que chorar nem sempre resolve as coisas e que já estava muito crescido para soltar lágrimas em qualquer canto de qualquer recinto. Suprimi sofrimentos, segurei lágrimas, escondi choros por trás de sorrisos. E eu achei que era forte.

Mas aí tudo aconteceu ao mesmo tempo, ao meu redor. E eu me senti cercado e perdido sem saber o que fazer, então chorei, chorei de dúvida, de conflito, de sofrimento. Mas as lágrimas secaram sozinhas, e a gente descobre que temos que chorar, mas também temos que aprender a parar de chorar, a esquecer, mesmo que isso possa parecer impossível.  

E eu sobrevivi. E parei de chorar. Mas aí veio você, em minha cabeça, atiçar aquela saudade que trago acesa dentro do meu coração há tanto tempo, tanto tempo quanto o tempo que estamos distantes... e doeu, a saudade doeu muito, e o inevitável logo aconteceu: uma lágrima brotou de minhas pequenas glândulas lacrimais, e atrás dessa vieram mais algumas dezenas, todas tentando lavar a saudade entranhada no meu peito junto com o amor que eu sinto por você. 

Mais uma vez as lágrimas secaram, e tentei, novamente, me esconder atrás de uma fortaleza, me fazer de pedra, me sentir forte.

E, como num sonho, você veio rapidamente e, também rapidamente, foi embora, me deixando sozinho, com a saudade, que deveria estar mais aliviada, muito mais inchada e dolorida dentro do coração.

Naquele momento, eu não aguentei mais. Tantas coisas me atingiam, e eu não aguentei mas me manter forte,   e desmoronei num choro desesperado como aquela pequena criança que um dia eu fora. E as lágrimas estão difíceis de secar...


Rafael Victor

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tributo ao Chaplin

"Sorria, mesmo que o seu coração esteja doendo.
Sorria, ainda que ele esteja partido.
Quando há nuvens no céu, você sobreviverá
Se você sorrir.

Através de seu medo e do seu sofrimento
Sorria, e talvez amanhã
Você verá o sol vindo brilhar para você.

Ilumine seu rosto com felicidade
Esconde todo traço de tristeza
Embora  uma lágrima esteja sempre tão perto
Essa é a hora de continuar tentando
Sorria, Qual a utilidade em chorar?
Você descobrirá que a vida ainda continua valendo a pena
Se você apenas Sorrir..."

(Traduzido e Adaptado de Smile - Charles Chaplin)

"Não tão distante de nossas cidades cinzentas,
Há céus muito limpos e azuis,
Existem praias, existem vales,
Onde o doce sol brilha para você.

Então, conte seu jardim pelas flores
Nunca pelas folhas que caem;
Conte seus dias por horas iluminadas,
Não lembre totalmente das nuvens.

Conte sua noite por estrelas, não sombras
Conte sua vida com sorrisos, nunca lágrimas;
E com alegria, através de toda a sua vida
Conte sua idade por amigos, e não por anos!"

(Charles Chaplin - Traduzido e Adaptado)




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Separados

Certo dia, eu amei. Amei muito uma certa pessoa. Mas essa pessoa não me amou. Talvez ela olhasse para mim e não me enxergasse do mesmo jeito que eu o fazia quando olhava para ela. Amei, e sofri por isso. Me machuquei por isso. Feridas difíceis de fechar abriram-se e permanecem, mesmo que camufladas, em meu coração.

Então decidi não mais amar. Não mais sofrer, não mais me machucar, não mais sentir dores terríveis no peito. Decisão difícil essa. Decidi, e sentir ainda mais dor. Mas com essa dor eu me acostumei; não era amado, mas também não amava, mesmo que isso fosse de encontro aos meus conceitos, e não estava mais sentindo dor. E assim fiquei, por dias, por semanas, por meses, por anos... Até que você apareceu em minha vida.

Sim, eu estava bem. Eu ESTAVA "legal". Mas você apareceu, surgiu, assim, como que por encanto no meu cotidiano e passou como um furacão. 

Eu estava imune a qualquer encanto que o amor pudesse exercer sobre mim. Estava seguro. Mas um dia, você apareceu e olhou para mim com seus olhos profundos... olhou para mim e atingiu a minha alma apenas com esse olhar. Você também exalou simpatia no falar e uma sublime alegria no cintilante sorriso. E eu não tive mais controle sobre meus sentimentos e o amor brotou de novo em meu peito, até então um terreno infértil para as rosas do amor. 

Sim, eu te amei! Amei muito, e pela sua expressão também pude ver que você me amava. Vivemos o amor, eu correspondido por você, amor que eu encontrei por acaso.

E correndo em direção um ao outro, nos deparamos com uma barreira, algo muito grande para transpôr-se calmamente, algo que nos exigiria muita força de vontade para conseguir.

Meu amor era muito maior do que aquela muralha que nos separava. Se você estivesse comigo, juntos poderíamos derrubá-la, e assim ficar juntos. Mas, para meu desespero e decepção, você não quis. Preferiu ficar presa de um lado da barreira, separada de mim, que te amava tanto. Esse muro carregava muitas coisas importantes, de alguma forma, para você e você preferiu sacrificar o meu amor, o meu coração, em prol da manutenção da tal barreira. 

E, como quem não quer nada, você saiu na direção oposta, levando um pedaço do meu coração consigo, e me deixando lá, sozinho, sentado, chorando. Meu peito doía novamente, e eu não conseguia conter essa dor. Tudo porque você me deixou, se separou de mim e me deixou... Mais uma vez machucado, mais uma vez sangrando...




Rafael Victor

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Saudades

Saudade é Solidão acompanhada,
É quando o amor ainda não foi embora
Mas o ser amado já.

Saudade é amar um passado que ainda não passou;
É recusar um presente que machuca,
É não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
Passar pela vida e não viver.

O maior de todos os sofrimentos é nunca ter sofrido.

(Saudade - Pablo Neruda)






Por que sinto falta de você? 
Por que esta saudade?
Eu não te vejo, mas imagino tuas expressões, tua voz, teu cheiro.
Tua amizade me faz sonhar com um carinho,
Um caminhar, à luz da lua, à beira-mar.
Saudade, este sentimento, que de vazio me tira o sono,
Me fazendo sentir num triste abandono.
É Amizade? Eu sei.
Será Amor? Talvez.
Só não quero perder sua Amizade, esta Amizade,
Que me fortalece, me enobrece, por ter você.

(Saudade - Machado de Assis)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Máscaras


A cada dia percebo que a vida é uma festa. Não uma festa comum, ou de alegria sincera. Mas um luxuoso e exagerado baile de máscaras. Cheio de fantasias, falsos sentimentos e muitas, muitas máscaras escondendo os mais diversos rostos humanos. O que vejo são pessoas, que penso que conheço, mas nada conheço além das máscaras, lindas e bem ornamentadas que trazem na face. Vejo também essas pessoas numa corrida desesperada atrás de coisas que supostamente as fazem se sentir melhor, mesmo que de maneira bastante efêmera. 
E os tesouros que buscam são os menos valiosos possíveis, com um valor apenas simbólico, que atenua as suas frustrações. E no bal masqué interminável escutam-se risadas, beijos, juras de amor. Os festejantes buscam a felicidade em bens materiais, a fim de diminuir o efeito de suas incapacidades, buscam a alegria na bebida e em outros vícios, tentando enganar suas mentes depressivas e atormentadas, e o amor na luxúria e na lascívia, para tentar, mesmo que momentaneamente, aplacar a dor da solidão em seus corações. As hipocrisias e falsidades reinam no lugar, escondendo as traições que movem o pseudo círculo afetivo que supostamente une essas pessoas. E para completar o cenário aparentemente leve, usam as mais ornamentadas e ricas máscaras, para mostrar para uma sociedade que sobrevive de aparências, o quão belas, ricas e sãs elas são.  Mas há momentos em que essas máscaras não seguram mais nos rostos inchados de seus donos e simplesmente caem, deixando à mostra todas as feridas, deformações e monstruosidades presentes nos rostos daquelas pessoas, para pavor e repugnância daqueles que ainda mantêm a máscara grudadas na face. E assim, todos conhecem de fato quem está por trás das máscaras.

E ainda há aquelas pessoas corajosas suficiente para frequentarem o baile sem máscaras, sem fantasias, sem nada. E são elas que mais causam revolta e repulsão naqueles hipócritas mascarados. Não porque elas tenham rostos deformados, muito pelo contrário; seus rostos são perfeitos, porém simples, e é isso o que mais fere o orgulho dos mascarados, que nem isso têm o merecimento de ter. E para sobreviver, essas pessoas precisam pôr máscaras também, não para esconder ou fingir ser o que não são, mas para servir como um escudo, que as protegerá dos vícios, dos pecados externos. E isso não é fácil, e elas sofrem, chorando muitas vezes lágrimas ardentes... lágrimas de sangue...

Por isso, vamos ficar à vontade. Vamos tirar as máscaras.  Assim, se tivermos feridas em nossos rostos, essas curar-se-ão, e em vez de um baile de máscaras, falso e medíocre, a vida se tornará uma verdadeira festa, saturada de sentimentos e alegrias verdadeiras, e todos aqueles que buscam a felicidade poderão encontrá-la, em um lugar que jamais procuraram, antes por medo da pútrida que exalava, mas que agora, sem máscaras, se encontra limpo e puro: seus corações.



Rafael Victor



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Jornada Árdua

Finalmente descobri. Descobri o que eu tanto venho buscando na simples e monótona jornada de minha vida. Até antes desse momento não sabia o que procurava, mas agora o sei. Frente a meus olhos agora tudo parece tão simples e mesmo assim ainda tão difícil de alcançar. Consigo enxergar, lá longe no horizonte, o que buscava desde o princípio.

Ora caminhando, ora correndo, tentei desesperadamente descobrir qual o propósito de estar seguindo aquela trilha, tão árdua, tão dolorosa e tão solitária. Pensei que buscava a alegria, a felicidade, mas vi que já levava essas guardadas na minha mochila. Pensei que ansiava por um pouco de fé, mas essa estava dentro de um relicário que há muito adquiri. Pensei que buscava o conhecimento, mas eles estavam estocados, parte em livros, parte na própria estrada por onde eu andava. Pensei que buscava dinheiro, e mesmo conseguindo-o eu continuei a andar, pois não era ele que eu procurava...

Enfim, pensei que buscava o amor, e logo me lembrei de você. Mas eu não te tinha. Não tinha o amor. E de repente, ao levantar minha cabeça, exausto, eu pude ver, você, o tesouro que eu tanto buscava, brilhando e distante. Meus olhos logo se encheram de lágrimas. Finalmente descobri o que procurava. Tanto tempo eu andei buscando e agora descobri. E estás tão distante que mal posso te enxergar.  Tesouro maior que o amor, não há... eis a lição que aprendi com essa minha infinita jornada.

A fadiga já está corrompendo todos os meus músculos. Meu cérebro, fraco, está quase adormecendo. Mas algo maior me faz continuar em pé, andando. Algo que vai muito além dos complexos fenômenos que a fisiologia tenta explicar. Algo nele, o músculo incansável, movido por todas minhas emoções e que agora pulsa com o meu mais forte sentimento, com a minha mais forte emoção. Meu Coração, além de minha mente, além do resto de meu corpo, me faz continuar vivo, mesmo com todas as dores, medos, desesperos; mesmo com todos os obstáculos e dificuldades; para que um dia eu possa te alcançar. E você poderá me ver e me amar, tanto quanto eu, ainda tão distante, já quase morro de tanto te amar. E poderemos mergulhar nele, o tesouro mais valioso que busquei, buscávamos, nessa odisséia inesquecível. Ele que sara todas as feridas e alegra todas as tristezas... Ele, o Amor...


Rafael Victor

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O olhar

Eu nem percebi quando tudo aconteceu. Talvez tenha começado com aquele primeiro olhar cruzado, ou então com aquele primeiro sorriso. Mas só sei que começou, muito rápido.

Minha vida parecia normal: Risos, bebidas, amigos... Tudo corria bem, e eu achava que era feliz. Mas descobri a verdadeira felicidade.

Era mais um dia comum, no qual estava eu fazendo coisas comuns, me preocupando com coisas comuns. Eu sentia o vento e o calor dos raios de sol na minha pele enquanto eu sorria de assuntos amenos acompanhados daqueles meus companheiros de aventuras e de festas. Então, maquinalmente, movi minha cabeça em direção a entrada daquele lugar onde estávamos, e não me arrependi de às vezes ser comandado no "Piloto Automático". Porque, ao mover meu pescoço, movi também meus olhos, e pude divisar ela, que vinha tão linda e tão despreocupada. Como que hipnotizados, meus olhos não conseguiam desgrudar daquela aparentemente tão perfeita criatura. Aí, aconteceu. Rindo, radiante, ela moveu sua cabeça movendo seus cabelos e seus olhos cruzaram com os meus, ainda vidrados. Meu temperamento tímido normalmente me obrigaria a desviar o olhar, mas daquela vez foi diferente; algo me fez continuar encarando-a, e assim mergulhei no chocolate de seus cabelos e olhos. E ela também me encarou, olhando profundamente nos meus olhos e logo em seguida sorriu, me fazendo olhar para trás para certificar que ela estava sorrindo para mim mesmo. Sua risadinha de aprovação também me fez rir e ficamos ali, segundos ou horas, conversando com nossos olhos, sinceramente. Minha mente adormecida ainda não havia percebido a palpitação acelerada de um certo músculo dentro do meu peito. Então alguém me chamou, desviei o olhar rapidamente e voltei, o mais rápido que pude, a procurar aquele olhar. Mas ela havia se virado, e estava desaparecendo da minha vista. Talvez eu estivesse atrasado para alguma coisa, talvez estivesse prestes a fazer algo muito importante, mas nada realmente importava naquele momento. O que apenas consegui fazer foi correr atrás dela, a dona daquele olhar. E enquanto corria, meu pensamento vagava entre aqueles olhos e o medo de estar errando ao correr.

Então, alcancei-a. Ofegante, segurei em seu ombro. Ela se virou e sorriu, com os olhos brilhando.
"Eu estava te esperando..." falou, com sua voz doce.
"Eu... passei minha... vida inteira... te procurando..." falei, enquanto tentava respirar, pois meu coração se contraía com tanta fúria que meus pulmões não conseguiam respirar direito.
Ela sorriu novamente. E eu também. Olhei para o chão, envergonhado e sem assunto. Suas mãos então levantaram o meu rosto, e quando fui olhar novamente para seu rosto, nossos lábios se uniram e senti, não só o fascínio do olhar dela, mas também o calor dos seus lábios. Meu coração possivelmente tenha parado e voltado a bater rapidamente em algum segundo. E eu senti, não só o contato físico, não só a respiração quente em meu rosto, mas algo mais, algo bom e novo. Não sei se era amor, ou paixão, ou qualquer coisa que as pessoas já me falavam, só sei que era bom, e eu queria ter aquele sentimento eternamente. Nossos lábios se separaram, e mais uma vez rimos, sincronizados, sem desconectar o olhar. Mergulhando mais uma vez naquele olhar, percebi que ela sentia o mesmo que eu estava sentindo naquele momento. Nossas mãos se entrelaçaram e caminhamos juntos, para a vida, para o amor...


Rafael Victor

Agora não há mais volta

Você veio aqui em busca de seu mais profundo desejo. Aquele desejo secreto, que até agora estava silencioso, silencioso...

Eu te trouxe aqui para que nossas paixões se fundam, em uma só. Na sua mente você já sucumbiu  a mim, abaixou todas as defesas, totalmente sucumbida a minha paixão. Agora você está aqui comigo, sem pensar duas vezes, você já decidiu, já decidiu...

Agora não há mais volta, não podemos mais olhar para trás, nossas brincadeiras de criança acabaram!

Passaram todos os pensamentos de "Se" ou "Quando". Não adianta resistir; Esqueça a razão e deixe o sonho começar...

Qual o fogo violento que nos inundará a alma?
Qual o lascivo desejo que destrancará a porta?
Qual é a doce sedução que jaz diante de nós?

Agora não há mais volta, passamos pela última porta de entrada e não há saídas. Quais segredos ardentes e não ditos aprenderemos a partir desse ponto?

Eu te trouxe aqui para aquele momento onde a garganta seca e a fala desaparece no silêncio, no silêncio...
Você veio até aqui sem saber profundamente o porquê; talvez em sua mente você já tenha imaginado nossos corpos se unindo silenciosamente, sem defesas, sem hesitações, você já decidiu...

Agora não há retorno, não podemos desistir agora, as cortinas para nossa peça de paixão acabaram de abrir.
Passaram todos os pensamentos de o que é certo ou errado, porém, um última dúvida:
Quanto tempo nós dois vamos esperar para nos tornarmos um só?
Quando o sangue vai começar a correr? Quando a jovem flor desabrochará? 
Quando é que as chamas vão nos consumir finalmente?

Agora não há mais volta, passamos pela última entrada e agora não há mais saída; Atravessamos a última ponte para o nosso fogo e agora só podemos vê-la queimar.Nós passamos pelo ponto sem retorno...







Inspirado em: "The Point of no Return" de Andrew Lloyd Weber

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Duro Amor

Vivi. Senti.

Vivi intensamente.
Senti intensamente.






















Senti Alegria, Medo, Ansiedade e senti Amor.
Senti o Amor. Incondicionalmente. Mas o Amor não me sentiu.
Amei e não fui Amado. Amei e sofri por isso.
Amei, e por isso quis estar acompanhado e apenas fiquei mais sozinho, no escuro, com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Tentei desabafar com pessoas, elas falaram de coisas comuns e de si mesmas.
Tentei desabafar comigo mesmo, e eu só quis me falar sobre erros, fraquezas...

Decidi me unir a Terra, me endurecer. Pedras são gentis, porém impenetráveis, e assim era o meu coração. E vivi com alegria, mesmo que incompleta, porém segura, alegria. E não foi tão difícil desistir do amor.

Não sei se foi um erro, amar. Ainda não sei se é um erro, querer amar.
E posso não ter errado na minha dura escolha.
Mas, mesmo assim, não quero apenas uma paixão; quero ele, o amor.
E por ele, talvez eu esteja escrevendo hoje, numa tentativa indiscreta e desesperada de encontrá-lo.

Pode ser que eu erre novamente. Que eu sofra, que eu chore, que endureça novamente. Mas o risco é viável. Na pior das hipóteses voltarei a como estou hoje, simples e livre.

E minha alegria se completará.


Mas, enquanto isso, eu apenas escrevo, como todos os poetas, apenas para sentir ele, o imaculável, amor...

Rafael Victor

Realidade


Nós seguimos a vida vivendo de um jeito que nem nos damos conta. O que apenas queremos são algumas dúzias de prazeres mundanos, todos sem sentido ou significado real para nossos pobres e aventureiros corações. O que na verdade nem sabemos é justamente isso, o que é real e o que não é em nossa caminhada pelo mundo...

Dinheiro em vez de saúde, adrenalina em vez de paz, luxúria em vez de amor...
Quando nem mesmo o que vemos quando acordados parece real, como tais ilusões podem, de alguma forma, convencer nossa mente frágil e falha de que estão fisiologicamente felizes...

Felicidade, me disseram que era real. Talvez nós queiramos que ela seja real, já que a odisseia de nossas vidas é em busca dessa tal aí. Mas ela pode ser inalcançável, ou simplesmente momentânea, efêmera, como tudo o que consideramos verdadeiramente bom. O pessimismo pode não combinar com a minha conhecida personalidade, mas não posso nem falar de realismo, porque nem isso posso saber...

Real... Essa palavra ecoa com ressonância pelos ossos da base do meu c

rânio. Chego até a duvidar do real propósito da vida: não que somente a felicidade seja real, mas com tanto sofrimento que deparo ao meu redor, nada mais parece fazer sentido. Ninguém jamais me disse que seria fácil, mas eu só quero melhorar um pouco essa situação...

E o sábio lecionou: Realidade é um conjunto de fatores que percebemos; talvez a vida real seja durante os movimentos rápidos dos olhos, aqueles, do sono.

E se ele estiver certo? O que não percebo não é real? O que percebo é r
eal? E se for o contrário? Tantas coisas na cabeça, e nada consegue sair. E as pessoas menos sensíveis podem pensar que sofro de alguma patologia neurológica, ou algo do gênero. Mas só posso dizer que sofro, sofro de dúvidas, de incertezas, de inseguranças, de medos, medo do mundo, medo das pessoas, medo de mim...

Porque, talvez nem eu, nem minhas dúvidas, sejam reais... e na realidade, eu já saiba de tudo isso, só estou esquecido, há muito...




Rafael Victor

domingo, 7 de agosto de 2011

O Branco - Parte 2


Certo dia, decidi pegar um papel e uma caneta e começar a escrever. E minha mão, como se tivesse vida própria, começou a colocar naquele branco, toda a confusão de cores e idéias que há muito recheavam minha pobre mente perturbada. E de repente lia coisas que até eu mesmo duvidava de que tinha sido eu que as tinha escrito. E lá, naquele caderno, estavam estampados amores, alegrias, sorrisos, tristezas, lágrimas, saudades... E talvez ver tudo o que estava guardado aqui dentro de minha cabeça me fizesse algum bem, como um filme que revemos e nos lembramos de todos os detalhes mais impressionantes. E assim foi. Eu escrevia como se a tinta da caneta jamais fosse acabar, nem a tal inspiração também não fosse. Pobre engano meu.
Num outro certo dia, seguindo minha rotina, sentei, puxei o papel e peguei a caneta, minha companheira... E nada saiu. Minha mão ansiava por escrever mas minha mente não conseguia expressar. Pensamentos, ela estava cheia. Idéias, mil. Mas escrever, não conseguia. Dúvidas, preocupações, desesperos, doenças, tudo isso atacava minha cabeça e nada conseguia sair. Até minha alma desejava esse desabafo gráfico, e nada poderia me consolar. E assim, passaram-se horas, dias, semanas, meses... E eu ainda não conseguia escrever, desabafar, e tudo aquilo perfurando meu fraco cérebro. E depois de o tempo fluir insanamente, eu me deparo com ela, a minha caneta, e como mágica, minha mente destrava, e minha mão consegue escrever, e aqui estou eu, saindo do branco...


Rafael Victor

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Será o Amor?


Estava andando sozinho, algum dia desses, quando tudo aconteceu.
Absorvido em pensamentos e preocupações sem sentido, estava lá eu andando, de cabeça baixa, repassando mentalmente todas as responsabilidades que me cabiam. Ao mesmo tempo era obrigado a encarar alguns problemas que permeavam minha mente naquele momento, idéias e conflitos que até agora não entendo. E enquanto andava, passava por uma poça d'água que refletiu a luz solar e encandeou minha visão, me forçando a parar e levantar a cabeça para recuperar meus olhos. Após reabri-los, pude ver, e não pude parar de olhar... Ela, que vinha andando, cabelos esvoaçantes, expressão despreocupada, uma música sendo cantarolada por seus lábios...
E eu fiquei ali, parado olhando, observando seu jeito, encantado, olhando com os olhos do coração...

Parado como uma estátua, Ignorado como uma estátua. Como se estivesse invisível, fui ignorado por ela, a Deusa, que por mim passava, imune a tudo que a rodeava, principalmente às ondas calorosas de sentimento que meu coração começava a emitir... Nunca soube o que é o amor, então não sabia o que estava sentindo. Mas só consigo me lembrar que nessa hora começou a chover e eu recebi a chuva, como se ela fosse lavar minha alma. Por alguns minutos fiquei ali, deixando a água sagrada me abençoar, quando...

Quando ela, sim, a minha Deusa, veio ao meu encontro, com um guarda-chuva, me dizendo que eu poderia ficar doente... Quando olhei nos seus olhos, não consegui falar mais nada, apenas sorri. E ela correspondeu ao meu sorriso, exibindo o seu, perfeito... E como se carregados com cargas opostas, chegamos perto um do outro e nossos lábios se uniram, num desejo fre
nético e amor infinito... Achei que aquele sonho nunca mais iria acabar e, por mim, jamais acabaria, pois eu conseguiria facilmente ficar ali, para sempre... Mas a chuva parou, mais rápido do que imaginei... e encabulada, ela foi para um lado, e eu lá permaneci, parado, a estátua de antes, mas não mais preocupado ou cabisbaixo; agora feliz e com uma nova forma crescendo no peito... será o amor?



Rafael Victor

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A falta

Não Suporto mais te ver assim tão solitária e tão carente, e eu tão ausente...


Olha a Vida que deram pra gente...



Não me importo mais em ser assim, tão complicado, mas valente...


Eu sigo em frente...


Faço tudo o que for diferente...





Não suporto mais te ver assim, pela metade e, sem maldade, é a realidade...


É o meu coração que não mente...





Não me importo mais em ser assim tão isolado e tão distante...


É importante saber um do outro o que sente...



Mas correr atrás já é demais. Se você corre para trás eu tenho o direito de seguir em frente, porque atrás vem um monte de gente...


E se em algum momento o sentimento te diz que eu não te amo, isso não tem cabimento, eu não aguento não ter o seu reconhecimento...



Porque eu sinto falta de você...





Sei a falta que é você...






Sinto falta de você...










Ricardo Ramos Cruz (Modificado)

domingo, 15 de maio de 2011

O Branco

Ter uma mente repleta de idéias para escrever pode ser visto como uma dádiva por aqueles que não a possuem, mas eu diria que na verdade é uma dor suprema.
O ato de escrever se torna um refúgio para nossas almas, que tão desencontradas no cotidiano só se reencontram nas palavras que sem esforço conseguimos compor e que tão apropriadamente traduzem até os nossos mais íntimos sentimentos. Dom Divino ou Karma Sagrado?
Escrevemos, e somos criticados por isso. Escrevemos, e somos elogiados por isso. Escrevemos, e só assim conseguimos nos inserir nessa sociedade que observamos e analisamos. Porque a chave do nosso sucesso é tentar equilibrar o Eu com o Todo...

Mas o principal problema é o branco. Sentimos, pensamos. Mas não escrevemos. As palavras quase chegam, mas não saem. O que antes nos aliviava um peso do coração agora torna-se um tormento, pois não conseguimos nos expressar. Nossos gritos são silenciados, nossas idéias acabam no nosso próprio esquecimento... Papéis amassados, textos mal-feitos deletados, e aquele turbilhão de pensamentos e emoções e sentimentos que não podem ser expostos por um pequeno déficit criativo. E achamos que nunca mais vamos conseguir. Então, elas, as palavras, voltam. Para falar delas mesmas, elas voltam. E conseguimos pensar, falar, escrever de novo. Nosso desespero passa, e o coração desacelera, porque nossa "válvula de escape" volta a funcionar. E mais uma vez, nossas vozes ecoam e nossas idéias são lembradas, eternamente...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um dia, a gente aprende...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
Versão de After a While, de Veronica A. Shoffstall

Dedico a todos(as) aqueles(as) pesados(as) demais para eu carregar nas costas, mas que estão todos(as) guardados(as) no meu coração... Friends...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amor Infinito


Quando te conheci parece que descobri o motivo por que meu coração bate

Uma força involuntária que pulsa no meu peito só pela lembrança de seus olhos, de sua voz, de seu cheiro...

Essa força que só encontro em você, que só nasce em você, que só se propaga em meu peito com você me faz sentir vivo pela certeza de um dia te reencontrar, mas morto também pelo medo de não te ter nos meus braços novamente...

Vida? Talvez só uma enganação a mim mesmo, pois viver sem te ter é como se nada fizesse sentido, nem mesmo o maior milagre de todos...

Estimulado por memórias e lembranças, meu coração bate num desespero profundo motivados por esperanças que, mesmo muitas vezes frustradas, continuam nesse órgão tão forte... e fraco....

Mas se o tempo continuar a passar, e se o mundo continuar a girar, eu vou continuar a te amar...

E pode o tempo parar, pode o mundo cair na imensidão, mas meu coração não pára, pois esse amor já transcedeu os limites inimagináveis do universo...

Escrito nas estrelas, é onde ele está.

Mas algo tão forte, tão grande, tem de vir de algum lugar...
E ele vem sim, de uma pequena, fina e invisível linha que há muito une nossos corações em um só... o amor... amor infinito...


Rafael Victor

Paciência


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma...
A vida não pára...

E quando o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora vou na valsa...
A vida é tão rara...

E enquanto todo mundo espera a cura do mal
e a loucura finge que isso tudo é normal,
Eu finjo ter paciência...

E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós:
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber? A vida é tão rara, tão rara...

E mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
Eu sei,
A vida não pára, não pára não...




Lenine

terça-feira, 26 de abril de 2011

Medo da morte

"Não tenho medo da morte... tenho medo da desonra..."
(José de Alencar)

Viver em nosso mundo é um desafio surpreendente todos os dias. Às vezes acordamos pela manhã e nos deparamos com um ambiente hostil, e pedimos para voltar ao sono, ao nosso mundo de sonhos... Mas infelizmente, ou não, temos que encarar a dura realidade que nos cerca. E para quem pensa que lembrando das pessoas que sofrem materialmente ajuda a você a encarar a vida com mais disposição eu digo: Estão enganados. Porque nesse mundo e nessa vida todos temos problemas e a alegria de viver tem que vir naturalmente de nossos corações, sem termos que pensar em quem está pior ou melhor que nós. E mesmo com tantas dificuldades características de nossas vidas, existem, em grande número, as pessoas que vivem um eterno e bizarro paradoxo: Morrem de medo de morrer. Por isso que eu repito as palavras do célebre homem, tão importante na história de nosso país, que disse: "Não tenho medo da morte, tenho medo da desonra." Em meio a tantos desafios diários, as pessoas, em vez de se preocuparem com suas integridades morais e com a superação de suas dores de forma, pelo menos em partem pura, elas preferem amar incondicionalmente as vidas mediocres que levam corrompendo suas personalidades fracas e almas retrógradas. Medo de morrer? Quem tem medo de morrer quando a morte é comercializada? Quem tem medo de morrer quando o que mais importa na vida é a auto-realização ás custas do sofrimento alheio? Quem?
A grande maioria da humanidade.

E ainda existem pessoas que podem me criticar e acusar de apologias contra a vida e a favor da morte... Encarar a morte como uma amiga não é detestar a vida. Apenas digo o que penso porque medo da morte é um tormento voluntário, já que é a única certeza que temos nessa vida desde quando surgimos através da união de duas pequenas células... o milagre e o mistério da vida continuam fascinantes e fico muito feliz e grato por saber que estou simplesmente vivo. Mas como já dizia o poeta, a vida é um longo sonho, que por várias vezes se torna um pesadelo, mas um dia chega a hora de despertar...

E do mesmo jeito que um condenado não teme e até espera ansiosamente pelo dia da sua libertação, como eu, pobre espírito aprisionado na carne, posso temer a morte, a libertação?...

Rafael Victor

domingo, 10 de abril de 2011

Nunca deixe de usar filtro solar!

Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo do uso de Filtro Solar estão provados e comprovados pela ciência;
Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.
Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas pode crer que daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos e perceber, de um jeito que você nem desconfia hoje em dia, quantas, tantas alternativas se escancaravam a sua frente e como você realmente estava com tudo em cima,
Você não está gordo ou gorda...

Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba quepré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça-feira modorrenta.

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima, às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.

Estique-se.

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.

Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

Faça o que fizer, não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você:
As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim para todo mundo.
Desfrute de seu corpo; use-o de toda maneira que puder,mesmo!!
Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele;
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

Dance.
Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.

Leia as instruções mesmo que não vá segui-las depois.

Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se
achar feio

"Irmãos e Irmãs
Juntos, nós vamos conseguir
Algum dia um espírito nos guiará
Eu sei que vocês vêm sofrendo
Mas eu tenho esperado o momento estar lá com vocêsE eu estarei lá, ajudando
Sempre que eu puder..."


Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.

Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns
poucos e bons.
Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar mais você vai precisar das pessoas que você conheceu quando jovem.

More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.

Viaje.

Aceite certas verdades inescapáveis:
Os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer.
E quando isso acontecer você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos!!
E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada. Talvez você case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois de repente pode acabar.
Não mexa demais nos cabelos se não quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas no filtro solar
Acredite.

Pedro Bial (Versão do original de Tim Cox e Nigel Swatson)

Assistam ao vídeo no link acima!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Falar sobre amor


No mundo e na vida não existe nada mais complexo que o amor. O amor é um sentimento um tanto quanto ambíguo, podendo ser bom ou ruim, podendo ser feliz ou triste, podendo ser correspondido ou não...

Mas muito mais difícil é falar dessa emoção que sai habitando os corações humanos sem o mínimo de piedade para com eles. Se formos até a rua e perguntar o que é o amor vamos receber várias respostas variadas. E pode variar de nome, pode variar de forma, de gênero, de jeito, mas sempre será o nosso velho e AMADO amor! E, convenhamos, mesmo que eu fosse o maior poliglota do mundo, sem ele eu nada seria...

Um pensador famoso certa vez disse para o mundo: "Penso, logo existo!"
Mas eu adoraria tê-lo conhecido para fazer o simples, porém verdadeiro, acréscimo:
"Existo, logo eu AMO!"

Mas pra você, o que é o amor? Que significados ele tem para você?

"É um fogo que arde sem se ver, é uma dor que desatina sem doer..."

Sim, ele é. Porque quando quer, ele dói. Dói de um jeito inexplicável, porque não existe nervos do amor. Dói na alma, no espírito. A dor da saudade nada mais é que uma complicada extensão do amor, porque só sentimos a falta desesperada daqueles que amamos. A dor do amor não correspondido também vem massacrando verdadeiros parias da humanidade por séculos; quando se ama verdadeiramente tudo o que pedimos em troca é uma moeda que não tem preço nenhum: o próprio amor.

Porém, devemos tomar cuidado! O amor de verdade não se importa, não se envaidece, não sente inveja e só quer a felicidade dos entes amados. Mas um pouquinho de ciúme ele até que tem, porque zelo nunca é demais...

E a carne? Até onde vai o amor e onde começa a paixão, a lascívia, a luxúria? Como saber que o desejo pela carne tem sentimentos profundos, como?

Amor próprio: para saber amar os outros, ame-se também. Se você se odeia, todos irão lhe odiar também. Mas quando temos amor em nossas vidas, por nós mesmos, pela vida, pelas pessoas que nos rodeiam, pela natureza, por Deus, nós irradiamos amor e todos passam a nos amar também. E então, me perguntaram: "Só amizade?" E eu: "Como assim amizade?" Pois é, a amizade é amor sim, quem disse que não? Como já disse, só com um nome diferente e uma forma diferente, mas acima de tudo amor. Amor desinteressado, amor sem desejos, porém, amor. Simplesmente amor.

E depois de tanto falar de amor, eu não falei nada sobre ele. Bem, falei do amor na minha vida... e na sua? Ele, o amor, tem vida própria e é ele que nos escolhe e escreve nossas histórias. Você sabe qual a história que o amor escreveu em sua vida? Não importa se foi feliz ou triste, o que importa é que você teve amor na sua vida e mesmo histórias tristes sempre ficam mais bonitas no final quando ele está no meio...

Não, o amor não é complexo. Nós é que somos e complicamos ele para adequá-lo as nossas personalidades conturbadas. Mas também, que culpa temos nós se não vivemos sem esse sopro vital para os corações dos homens e das mulheres?

"Mas como causar pode o seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo amor?"

Rafael Victor

sábado, 19 de março de 2011

Um Anjo perdido

Era um garoto aparentemente normal. Um garoto, como todos os outros, perdido num mundo gigante e cruel. À primeira vista, se misturava facilmente a todos os seres humanos normais. No entanto, ele era muito mais do que um ser humano normal.

Começou sua jornada terráquea na forma de um infante. Criança quieta, com comportamentos incomuns para sua idade e sua condição. Todos percebiam, mas não se importavam. A diferença era tão visível, mas ninguém enxergava. O caminho biológico era de vital importância para o cumprimento de sua missão; era necessário continuar assim no anonimato. O ano
nimato era tão grande, que nem mesmo ele, arcanjo superior de nosso senhor, sabia de seu segredo - uma grande prova de humildade.

Então, o garoto foi crescendo, e como estava da Terra, tinha que se inserir nele de qualquer forma. E assim foi ele, tentando. O mundo lhe era muito estranho; não a natureza e toda criação perfeita, mas os seres que habitavam esse lugar, que poderia ser tão maravilhoso. Ele enxergava e se revoltava com a humanidade, com sua ingratidão, com sua inconformação, com sua ganância, com sua cegueira. Quanto mais ele tentava fazer parte dessa humanidade, mais se sentia excluído, diferente. E como era o que era, não passava despercebido, mesmo com todos os seus disfarces. Sua inteligência brilhante e virtudes sublimes chamavam a atenção, a admiração e, por vezes, a inveja daqueles que conviviam com ele.

As cobranças do mundo eram tantas, que ele tentou se comportar de maneira compatível com a opinião geral. Nessa tentativa não conseguiu sucesso; sofrimento foi tudo o que conseguiu e nem se importou muito, pois essa era sua rotina. Relacionamentos inter-pessoais eram outro desafio para ele, que não conseguia se interessar de maneira profana por ninguém; o mais próximo que conseguia se aproximar de uma pessoa era pelos laços de amizades verdadeiras, aos quais dava muito valor a ponto de dar sua sagrada vida por elas. Com suas palavras e sentimentos, marcava os corações e as mentes das pessoas, sem nunca ser esquecido...

Todos esses problemas perturbaram por muito tempo a mente tão conflituosa desse garoto. Nada no mundo fazia sentido para ele, mesmo que ele o amasse e amasse muito a humanidade de uma forma bem piedosa, um amor por caridade...

Então ele descobriu. Lá estava ele, sozinho, em uma de suas tão comuns crises melancólicas, com saudades de coisas que ele não sabia, não se lembrava, com aquele vazio no peito, com aquele pedaço perdido de sua alma, quando de repente sentiu uma forte dor nas suas escápulas e na cabeça também. A Dor era terrível e parecia se estender de suas costas para além. Rapidamente, ele tirou sua camisa e correu para o primeiro espelho que viu, a fim de ver se tinha algo que pudesse estar provocando aquela dor. Foi então que ele viu. Não viu só o que tinha atrás
de suas costas nem acima de sua cabeça. Viu todo o seu passado, não só dessa vida, como também do lugar de onde veio e tudo foi esclarecido em sua mente. Lágrimas brotaram de seus olhos e a saudade perfurou seu coração quando ele viu duas enormes asas de penas alvas e brilhantes se estenderem de suas costas e um ponto luminoso em sua cabeça... Agora tudo fazia sentido; agora ele lembrava de tudo, de toda sua missão com a Terra e com a humanidade. Lembrou de histórias e de acontecimentos sagrados, bem com a tradição de um dos quatro arcanjos sagrados visitarem o mundo escondidos sob a forma humana a cada quinhentos anos, afim de trazer a luz que de tempos em tempos se apaga nos corações humanos.

Aquele que cura estava na Terra novamente, pronto para cumprir sua missão. Naquele, momento, fitando suas asas, ele sabia disso. Seu caminho ainda continua obscuramente um mistério e grandes desafios estão por vir. Mas o garoto tem uma certeza: "Eu vou conseguir"! O peso daqueles dois membros adicionais e daquela luz sobre sua cabeça é enorme, e é preciso muita coragem para continuar... Mas sim, ele vai conseguir, pois é um Arcanjo de nosso senhor...
E um dia, quando tudo acabar e a paz e a luz do Pai dele reinarem incomensuravelmente nos corações dos homens, ele estará pronto para voltar para casa, para junto de seus irmãos, de seu pai e de sua mãe...

Mas por enquanto, ele ainda é só um anjo perdido...

Rafael Victor



Mãos Dadas











Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade



Sem deixar de te amar (Início de carreira)...



" Tão longe é a distância física entre nós
que o sentimento parece que no ar vai evanescer
mas, por trás dessa impertinente dúvida
existe a infalível certezaque essa distância física
só tem um propósito
aproximar cada vez mais
nossos corações ..."


"...Tentas me esquecer

Tentas me confundir

Tentas me chatear

Tentas me subornar para que eu te deixe

Mas com todas essas suas tentativas

Só tenho uma certeza

Que eu posso muito tentar

Mas não consigo deixar de te amar ..."


Rafael Victor, em 17 de janeiro de 2010


Dedicado a Nathália Mendonça

Palavras ao vento


Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina, paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momentos
Palavras palavras
Palavras palavrasPalavras ao vento

Marisa monte/ Moraes Moreira


Dedicado a Rebeca Pacheco

Antes eu sofria... (O amor que eu tinha por você)


Antes eu sofria. Sofria porque te conheci. Sofria porque não apenas te conheci, como também te amei desde aquela inesperada troca de olhares que aconteceu na aurora de nossas vidas. A juventude corria veloz pelas minhas veias e toda aquela emoção, todo aquele sentimento era uma grande surpresa para mim. A alegria de sentir algo tão novo suprimia o iminente sofrimento que estava por vir...

Depois, eu sofria. Sofria porque eu te amava mas a recíproca não era verdadeira; não existia nem uma falsa recíproca, pois quanto mais tentava demonstrar meu amor por você, mais eu era repelido e sofria, sofria muito, com o seu descaso e sua ignorância. Porque algo que era tão bom para as outras pessoas poderia ser sinônimo de tanto sofrimento para mim. Círc
ulos de amigos me ajudavam, me encorajavam a tomar decisões, mas talvez por covardia, ou até mesmo por gostar de sentir toda aquela dor, eu ficava estático, porque só olhar nos seus olhos, ouvir a sua voz ou sentir o seu cheiro já era mais do que suficiente para mim. Mas com minha estaticidade naquela situação sub-humana, vinha o ciúme, algo que furava meu coração sem necessidade.

Fase negra de minha vida em que sofri por amor durou pouco. Procurei te esquecer, esquecer os sofrimentos e parar com tanta auto-piedade e dramas desnecessários. Olhei ao meu redor e consegui enxergar o quanto eu podia ser feliz estava me privando de tantas sensações boas por tão pouco. Sim, eu te esqueci. Mas não te apaguei de minha tão ávida memória. Só apaguei aquele amor, que hoje eu sei que não era nem amor, só uma simples atração humana que não tinha fundamento.

Antes eu sofria. Mas hoje eu não sofro mais. Esqueci a paixão que tinha por você. Vivi acontecimentos inesquecíveis e agora sei o que é ser feliz.

Antes eu sofria. Sofria por você. Mas aprendi que a vida vale muito a pena para ser desperdiçada por um amor platônico. E agora que eu sei o que é amar de verdade e ser amado, veja só o que eu descobri: Eu ainda te amo! Mas o amor que eu tinha por você mudou. O que restou foi uma amizade forte e duradoura, um amor mais forte que o fraterno, porém tão sublime quanto. E agora eu sou correspondido, porque esse é o amor certo para nós dois! E sempre será, eternamente, a amizade...


Rafael Victor

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sim, ele passa...


Enquanto tentamos viver nossas efêmeras e minúsculas passagens pelo plano terreno, o senhor de tudo o que flui natural e artificialmente nos ataca sem piedade e imperceptivelmente. Dormimos, acordamos, comemos, bebemos, andamos, corremos e fazemos tudo isso sem perceber como as mãos do Tempo nos afetam. Às vezes pensando apenas em problemas irrelevantes, esquecemos como temos que viver, como temos que passar o Tempo.

Então, um dia percebemos como tudo aconteceu e passou e como as ações do tempo estão agindo sobre nossos corpos e, sobretudo, nossos espíritos cansados. Envelhecer? Quem tem esse privilégio? A idade vem, mas nos falta tempo de aproveitar tudo o que queríamos. Ele, o Tempo sara feridas causadas por qualquer outra coisa mas também, a sua maneira, consegue nos ferir, fazendo-nos suplicar-lhe inutilmente que volte. Porém ficamos cansados, exaustos de tentar superá-lo e quando estamos prestes a desistir ele vem, o Tempo, na hora certa para nos fazer descansar, descansar o corpo e a alma, fazendo com que na mente fiquem apenas as lembranças, as recordações do que passamos, recordações dele, do Tempo...


Rafael Victor

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sempre há uma luz


Sempre há uma luz na escuridão mesmo que a noite seja tão escura como o ébano. Sempre há uma luz ardente e brilhante mostrando o caminho, mas eu sempre soube onde estive.


Há um lamento bem longe; é uma voz que vem lá de dentro. Há um pranto perguntando por que? E rezo para que a resposta esteja logo em frente, porque eu sei onde estive.

Há uma estrada por onde viajamos, e perdemos vários no caminho. Mas valeu, valeu o preço que tivemos que pagar.

Há um sonho no futuro e uma luta que ainda temos que ganhar. Mas também tenho orgulho no meu coração, porque eu sei aonde estou indo e também sei onde eu estive.

Há um caminho por onde devemos viajar; há uma promessa que devemos fazer, pois vale o risco e as chances que conseguirmos. Usem o sentimento em seus corações para nos elevar para o amanhã porque ficar parado seria um pecado. E nós sabemos onde estamos e o que estamos fazendo.

E quando vencermos eu vou dá graças ao meu Deus porque eu sei onde estive e o que eu fiz...

Porque sempre há uma luz no fim...




Inspirado na música: I know where I've been, do portifólio da Broadway.

Agora é a hora de continuar: A guerra está recomeçando...


A guerra de suas vidas está recomeçando. Ao terminar as últimas batalhas pelas quais passaram, acharam que essa nova fase fosse demorar a chegar. Porém chegou muito rapidamente. O clima de ansiedade, nervosismo e até mesmo medo pairava no ar tão desesperadamente respirado pelos guerreiros. Se antes eles ainda não tinham se conhecido, agora as afinidades começam a ser visíveis e o sentimento de companheirismo, tão importante no que está por vir, é evidente. Todos já estão munidos com as armas que têm a sua disposição e as estratégias no campo de batalha começam a ser traçadas. O caminho a ser percorrido é longo e árduo, porém é cheio de flores entre os espinhos e é preciso muita coragem e força para continuar. E o que os guerreiros não podem esquecer é que estão todos juntos e têm uns aos outros, o que facilita muito o processo.

O campo de batalha já está formado. Todos os guerreiros já conseguem enxergar os desafios grupais e individuais e quanto mais se unirem, mais se tornarão fortes. Mas, chega de palavras. Agora é hora de continuar; vencemos até aqui e agora não é a hora de parar. A missão está apenas começando, mesmo que tenha sido parcialmente cumprida. Vamos, vamos juntos, companheiros guerreiros e guerreiras; vamos de frente para a guerra de nossas vidas. Os desafios e dificuldades nos aguardam, mas não estamos sozinhos. Agora é a hora, a hora de continuar. O sinal foi dado: A guerra está recomeçando!


Rafael Victor

O amor me deixou


O meu coração está fechado para o amor. Logo eu, que por tão pouco me apaixonava, agora não consigo fazer com que meu coração acelere seu ritmo sem antes estimular a produção de adrenalina.

O amor me deixou. Não aquele amor universal que sempre estará conosco aonde quer que formos. Mas sim aquele amor que eu sentia por você, aquela sensação tão diferente que até então ainda não tinha sentido.

O amor me deixou. Ele fugiu e me deixou sozinho, com o espaço reservado para ele no coração vazio, como se estivesse faltando um pedaço, com uma lacuna, uma peça perdida na humilde vida que levo, e por mais que eu tente encontrá-lo, não consigo, não acho...


Talvez eu também o tenha abandonado, talvez eu tenha cansado de sofrer por sua causa, talvez eu queira viver uma vida e não essa morte em vida, esse paradoxo do amor.

Mas, profundamente, eu sinto que ele ainda está lá, na caverna mais profunda do meu coração, escondido e esperando a hora certa para me atacar novamente com todo o seu doce veneno que nos deixa inebriados, fascinados, mas que faz doer a cabeça e sobretudo o coração... Mas quando ele voltar eu o receberei com toda a felicidade, porque estarei esperando ansiosamente, por todo seu sentimento, todo seu veneno, toda sua dor, todo seu amor...


Rafael Victor

Satisfaction


O ser humano está sempre em busca de mais coisas do que ele tem. Nunca está feliz com o que tem e sempre está com essa sede insaciável por mais. Satisfação, será que o significado dessa palavra é correta no nosso vernáculo?

A cada dia que passa, nos deparamos com uma corrida acelerada das pessoas em busca da pseudo-felicidade supostamente proporcionada pela obtenção de muitos bem materiais. Mas mesmo que tenhamos todos os objetos e dinheiro que quisermos, ainda não estaremos satisfeitos, porque, ao contrário de nossos pertences financeiramente valiosos, nossas vidas não estarão valendo nem a pena, pois teremos esquecido de adquirir as verdadeiras riquezas desse mundo: Amor, amizade, paz... Nessa corrida que divisamos vemos verdadeiras deformidades que a humanidade possui e que, por mais que tentemos exorcisá-las, elas sempre voltarão. Nessa busca incansável, encontramos a cobiça, a ganância, a inveja e a vaidade, que surgem até mesmo nos lugares mais inusitados e onde pensamos que estamos seguros de qualquer imperfeição. E é por isso que eu pergunto: quando estaremos satisfeitos? Quando estaremos felizes com o pouco (ou muito) que temos?

Por isso, temos que pensar muito bem antes de reclamar da vida. Temos que refletir quando achamos que não temos nada. Basta parar de olhar para o "umbiguinho" e divisar o ambiente ao nosso redor e assim vamos ver que na verdade temos muitos tesouros nas nossas vidas, não importa quem sejamos, e que se chegamos até onde estamos é porque conseguimos grandes feitos, pois a vida é isso, um eterno desafio. Porém, com tudo isso, ainda não ficamos felizes.
Afinal, quando conseguiremos a tão sonhada satisfação?


Rafael Victor

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Furacão de pensamentos

Não importa quantas vezes você me disse que queria ir embora. Não importa quantas vezes você inspirou, você ainda não poderia respirar. Não importa quantas noites você passaria em claro ao som da chuva venenosa...
Aonde você foi?... Aonde você foi, agora que o dia some na noite flamejante?

Me diga se você mataria pra salvar uma vida? Me diga se você mataria pra provar que tem razão?
Quebre! Quebre! Queime! Deixe queimar! Esse furacão vai nos perseguir aonde quer que vamos, até mesmo embaixo da terra...

Não importa quantas vezes eu morra, nunca esquecerei. Não importa quantas vidas eu viva, eu não vou me arrepender. Tem uma chama dentro do coração, dentro deste coração, do MEU Coração e um distúrbio prestes a explodir em chamas!

Aonde você foi? Onde Você está, Deus?
Você realmente me quer? Me quer vivo ou morto pra torturar meus pecados? Me quer vivo ou morto pra viver uma mentira?

As promessas que fizemos não foram suficientes. As preces que rezamos foram como drogas. Os segredos que vendemos nunca foram conhecidos. E o Amor que tínhamos... o amor que tínhamos... tivemos que deixá-lo ir...

Oh, esse furacão... Você realmente me quer? Me quer morto ou vivo, pra torturar meus pecados?


Você realmente me quer? Me quer morto ou vivo, pra viver uma mentira...?


Baseado em Hurricane - 30 seconds to mars

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A história da felicidade


Oi!!
Meu nome é Felicidade
Faço parte da vida daqueles que tem amigos,
pois ter amigos é ser Feliz.
Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você,
pois viver assim é ser feliz!

Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje é uma dádiva, por isso chamado presente.
Faço parte da vida daqueles que acreditam na força do Amor, que
acreditam que para uma história bonita não há ponto final.

Eu sou casada sabiam?
Sou casada com o Tempo.Voltar...
Ah! O meu marido é lindo!Ele é responsável pela resolução
de todos os problemas.

Ele reconstrói corações, ele cura machucados,
Ele vence a Tristeza...

Juntos, eu e o Tempo tivemos três filhos:
A Amizade, a Sabedoria, e o Amor.

A Amizade é a filha mais velha.
Uma menina linda, sincera, alegre.
A Amizade brilha como o sol.
A Amizade une pessoas, pretende nunca ferir,Sempre consolar.

A do meio é a Sabedoria, culta, íntegra,
Sempre foi mais apegada ao Pai, o Tempo.
A Sabedoria e o Tempo andam sempre juntos!

O caçula é o Amor.Ah! como esse me dá trabalho!
É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar...
Eu vivo dizendo:
Amor, você foi feito para morar em dois corações,
Não em apenas um.
O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo!

Quando ele começa a fazer estragos eu chamo logo o pai dele, o Tempo,
E aí o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu!

Uma pessoa muito importante
me ensinou uma coisa: tudo no final sempre dá certo, e se ainda não
deu, é porque não chegou o final.

Por isso, acredite sempre na minha família.

Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria e, principalmente no Amor.
Aí, com certeza um dia, eu, a Felicidade,baterei à sua porta !!!

Tenha Tempo para os Sonhos.
Eles conduzem sua carruagem para as Estrelas!

Tudo na vida devemos encarar como aprendizado, tudo é válido, até os momentos ruins, pois só assim conseguiremos nos edificar e evoluir cada vez mais.


Autor Desconhecido

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Você foi embora...


... Você foi embora.
Você foi embora de repente, sem aviso. Você foi embora e me deixou chorando, me deixou sozinho. O amor que eu ainda tinha por você perfurava o meu peito como uma estaca que a gente não pode arrancar por ter atingido lugares muito profundos e que, se for retirada, é fatal. Convivi com essa dor até que a saudade tomou conta de mim e uma coragem que me e
ra estranha me fez viajar por todos os lugares por onde o homem passou e pelos lugares que ele também não conhece só pra te encontrar.

Você foi embora. Mas ainda assim parecia estar sempre comigo. Você não estava comigo, e eu te procurava e você parecia estar em todos os lugares aonde eu ia. Então, me veio aquela idéia não se sabe de onde. Sim, tinha um lugar onde eu não havia te procurado ainda. Era lá, lá dentro do meu coração. Mas que lugar apertado e escuro, além de muito profundo. Vaguei mais por dentro dele, do que pelo universo inteiro onde te procurei anteriormente. E quando es
tava já desistindo, quando estava quase voltando, avistei pelo cantinho dos olhos réstea de uma luz. Com o chão tremendo e o coração a mil batidas por segundo, virei o rosto e abri o maior sorriso do mundo pois era você, que tinha me deixado. Você, que nunca me deixou. Você, que sempre esteve e sempre estará aqui dentro, no meu coração...


Rafael Victor