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domingo, 15 de maio de 2011

O Branco

Ter uma mente repleta de idéias para escrever pode ser visto como uma dádiva por aqueles que não a possuem, mas eu diria que na verdade é uma dor suprema.
O ato de escrever se torna um refúgio para nossas almas, que tão desencontradas no cotidiano só se reencontram nas palavras que sem esforço conseguimos compor e que tão apropriadamente traduzem até os nossos mais íntimos sentimentos. Dom Divino ou Karma Sagrado?
Escrevemos, e somos criticados por isso. Escrevemos, e somos elogiados por isso. Escrevemos, e só assim conseguimos nos inserir nessa sociedade que observamos e analisamos. Porque a chave do nosso sucesso é tentar equilibrar o Eu com o Todo...

Mas o principal problema é o branco. Sentimos, pensamos. Mas não escrevemos. As palavras quase chegam, mas não saem. O que antes nos aliviava um peso do coração agora torna-se um tormento, pois não conseguimos nos expressar. Nossos gritos são silenciados, nossas idéias acabam no nosso próprio esquecimento... Papéis amassados, textos mal-feitos deletados, e aquele turbilhão de pensamentos e emoções e sentimentos que não podem ser expostos por um pequeno déficit criativo. E achamos que nunca mais vamos conseguir. Então, elas, as palavras, voltam. Para falar delas mesmas, elas voltam. E conseguimos pensar, falar, escrever de novo. Nosso desespero passa, e o coração desacelera, porque nossa "válvula de escape" volta a funcionar. E mais uma vez, nossas vozes ecoam e nossas idéias são lembradas, eternamente...

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