A cada dia percebo que a vida é uma festa. Não uma festa comum, ou de alegria sincera. Mas um luxuoso e exagerado baile de máscaras. Cheio de fantasias, falsos sentimentos e muitas, muitas máscaras escondendo os mais diversos rostos humanos. O que vejo são pessoas, que penso que conheço, mas nada conheço além das máscaras, lindas e bem ornamentadas que trazem na face. Vejo também essas pessoas numa corrida desesperada atrás de coisas que supostamente as fazem se sentir melhor, mesmo que de maneira bastante efêmera.

E ainda há aquelas pessoas corajosas suficiente para frequentarem o baile sem máscaras, sem fantasias, sem nada. E são elas que mais causam revolta e repulsão naqueles hipócritas mascarados. Não porque elas tenham rostos deformados, muito pelo contrário; seus rostos são perfeitos, porém simples, e é isso o que mais fere o orgulho dos mascarados, que nem isso têm o merecimento de ter. E para sobreviver, essas pessoas precisam pôr máscaras também, não para esconder ou fingir ser o que não são, mas para servir como um escudo, que as protegerá dos vícios, dos pecados externos. E isso não é fácil, e elas sofrem, chorando muitas vezes lágrimas ardentes... lágrimas de sangue...
Por isso, vamos ficar à vontade. Vamos tirar as máscaras. Assim, se tivermos feridas em nossos rostos, essas curar-se-ão, e em vez de um baile de máscaras, falso e medíocre, a vida se tornará uma verdadeira festa, saturada de sentimentos e alegrias verdadeiras, e todos aqueles que buscam a felicidade poderão encontrá-la, em um lugar que jamais procuraram, antes por medo da pútrida que exalava, mas que agora, sem máscaras, se encontra limpo e puro: seus corações.
Rafael Victor
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