Ora caminhando, ora correndo, tentei desesperadamente descobrir qual o propósito de estar seguindo aquela trilha, tão árdua, tão dolorosa e tão solitária. Pensei que buscava a alegria, a felicidade, mas vi que já levava essas guardadas na minha mochila. Pensei que ansiava por um pouco de fé, mas essa estava dentro de um relicário que há muito adquiri. Pensei que buscava o conhecimento, mas eles estavam estocados, parte em livros, parte na própria estrada por onde eu andava. Pensei que buscava dinheiro, e mesmo conseguindo-o eu continuei a andar, pois não era ele que eu procurava...
Enfim, pensei que buscava o amor, e logo me lembrei de você. Mas eu não te tinha. Não tinha o amor. E de repente, ao levantar minha cabeça, exausto, eu pude ver, você, o tesouro que eu tanto buscava, brilhando e distante. Meus olhos logo se encheram de lágrimas. Finalmente descobri o que procurava. Tanto tempo eu andei buscando e agora descobri. E estás tão distante que mal posso te enxergar. Tesouro maior que o amor, não há... eis a lição que aprendi com essa minha infinita jornada.
A fadiga já está corrompendo todos os meus músculos. Meu cérebro, fraco, está quase adormecendo. Mas algo maior me faz continuar em pé, andando. Algo que vai muito além dos complexos fenômenos que a fisiologia tenta explicar. Algo nele, o músculo incansável, movido por todas minhas emoções e que agora pulsa com o meu mais forte sentimento, com a minha mais forte emoção. Meu Coração, além de minha mente, além do resto de meu corpo, me faz continuar vivo, mesmo com todas as dores, medos, desesperos; mesmo com todos os obstáculos e dificuldades; para que um dia eu possa te alcançar. E você poderá me ver e me amar, tanto quanto eu, ainda tão distante, já quase morro de tanto te amar. E poderemos mergulhar nele, o tesouro mais valioso que busquei, buscávamos, nessa odisséia inesquecível. Ele que sara todas as feridas e alegra todas as tristezas... Ele, o Amor...
Rafael Victor
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