Páginas

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Separados

Certo dia, eu amei. Amei muito uma certa pessoa. Mas essa pessoa não me amou. Talvez ela olhasse para mim e não me enxergasse do mesmo jeito que eu o fazia quando olhava para ela. Amei, e sofri por isso. Me machuquei por isso. Feridas difíceis de fechar abriram-se e permanecem, mesmo que camufladas, em meu coração.

Então decidi não mais amar. Não mais sofrer, não mais me machucar, não mais sentir dores terríveis no peito. Decisão difícil essa. Decidi, e sentir ainda mais dor. Mas com essa dor eu me acostumei; não era amado, mas também não amava, mesmo que isso fosse de encontro aos meus conceitos, e não estava mais sentindo dor. E assim fiquei, por dias, por semanas, por meses, por anos... Até que você apareceu em minha vida.

Sim, eu estava bem. Eu ESTAVA "legal". Mas você apareceu, surgiu, assim, como que por encanto no meu cotidiano e passou como um furacão. 

Eu estava imune a qualquer encanto que o amor pudesse exercer sobre mim. Estava seguro. Mas um dia, você apareceu e olhou para mim com seus olhos profundos... olhou para mim e atingiu a minha alma apenas com esse olhar. Você também exalou simpatia no falar e uma sublime alegria no cintilante sorriso. E eu não tive mais controle sobre meus sentimentos e o amor brotou de novo em meu peito, até então um terreno infértil para as rosas do amor. 

Sim, eu te amei! Amei muito, e pela sua expressão também pude ver que você me amava. Vivemos o amor, eu correspondido por você, amor que eu encontrei por acaso.

E correndo em direção um ao outro, nos deparamos com uma barreira, algo muito grande para transpôr-se calmamente, algo que nos exigiria muita força de vontade para conseguir.

Meu amor era muito maior do que aquela muralha que nos separava. Se você estivesse comigo, juntos poderíamos derrubá-la, e assim ficar juntos. Mas, para meu desespero e decepção, você não quis. Preferiu ficar presa de um lado da barreira, separada de mim, que te amava tanto. Esse muro carregava muitas coisas importantes, de alguma forma, para você e você preferiu sacrificar o meu amor, o meu coração, em prol da manutenção da tal barreira. 

E, como quem não quer nada, você saiu na direção oposta, levando um pedaço do meu coração consigo, e me deixando lá, sozinho, sentado, chorando. Meu peito doía novamente, e eu não conseguia conter essa dor. Tudo porque você me deixou, se separou de mim e me deixou... Mais uma vez machucado, mais uma vez sangrando...




Rafael Victor

Nenhum comentário:

Postar um comentário