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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

P.S. Eu Te amo...

Mais uma vez estava eu sentado, na pequena escrivaninha ao lado de minha cama, apenas com o abajur aceso. Havia passado a noite tentando compor palavras, tecer textos, todos para colocar na carta que pretendia te enviar. E depois de muitos papéis amassados, borrachas gastas, lápis desapontados, canetas secas, gritos abafados por meu travesseiro e de tentar dormir por duas horas, eu puxava uma nova folha de papel ofício e uma caneta recém aberta para arriscar mais uma vez. Respirei profundamente e tentei organizar minhas ideias.

Fechei os olhos, e diante de mim eu só via você, sorrindo, olhos brilhantes, cabelos esvoaçantes. Te via correndo em minha direção, me puxando para mais uma dança naquela festa que você tanto insistiu para que eu fosse. Te vi chorando e me abraçando, me pedindo para te proteger naqueles momentos tão difíceis... Lembrei daquele nosso primeiro beijo sob as estrelas, quando descobri a intensidade do que eu sentia por você. Também lembrei da dor que eu senti, daquelas lágrimas que escorreram dos meus olhos naquele momento em que tivemos que nos separar. Sua imagem que eu avistei da janela daquele transporte que me levava para longe de você, que me arrancava de você, ainda permanece na minha memória, e só de pensar já sinto aquele nó na garganta característico da dor da saudade que sinto de você. 

E lá estava eu, chorando novamente, naquela madrugada fria, com minhas lágrimas manchando todo o papel que eu preparava para escrever. Sim, eu sofria a dor que a distância teimava em aumentar em meu coração. Então, tentei enxugar as lágrimas e escrever. Escrever sobre meus sentimentos, escrever sobre a saudade, tentar descrever o quanto eu queria estar do seu lado naquele momento, o quanto os nossos desencontros só aumentaram os meus sentimentos por você. Queria escrever sobre a sua importância na minha vida e sobre todas as aventuras que nós um dia viveríamos juntos.

Mas nada consegui colocar no papel. Todo aquele sentimento tirava todas as minhas forças e eu só sentia vontade de te amar, de estar com você, de te beijar...  E nada mais importava naquele momento. Então decidi falar dele, do momento, pois sabia que você, com sua compreensão infinita, iria compreender tudo o que eu quero dizer e todo o sentimento por trás desse fato. Então, o que saiu foi essa carta, tão sem graça que hoje envio a você. Uma tentativa quase frustrada de tentar dizer o que eu sinto por você e o quanto a saudade dói dentro de mim. Sei que há muito nos encontramos, e que valeu pela vida toda, porque eu posso te garantir que esse sentimento jamais morrerá dentro de mim, mesmo que morra dentro de você. E tudo o que eu sentir será suficiente para nós dois, tal é o tamanho dele, do meu sentimento.

Agora, o papel acaba, a tinta seca, e eu não queria mais parar de escrever, mas é preciso, caso contrário você não receberá e de nada valerá todo o meu esforço. Gostaria de te mandar beijos, gostaria de te mandar abraços, mas nada disso é igual a fazer pessoalmente. Então, o que lhe envio não minhas mais sinceras intenções de te encontrar novamente para que, pessoalmente, eu possa te dar todos os beijos e abraços que deveria enviar nesta carta.

Como já disse, estou morrendo de saudades. Espero te ver logo.

Assinado: Aquele que mora dentro do seu coração...

P.S. Eu te amo!



Rafael Victor

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