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domingo, 9 de novembro de 2014

Anti-cardíaco

Viva a gélido emoção felina que  nesse momento me abate o miocárdio.
Viva também o calor vulcânico que ludibria esse reles encéfalo, que se julga lítico, anti-cardíaco.

Morte a His! Morte a Purkinje!
Deixem-me ser ausente.
Deixem-me ser silencioso.
Deixem-me abandonar essa hostil natureza pulsante que me rouba o oxigênio!

Serei tal glacial, tanto a ponto de.
Isolamento, internamente, da mais enérgica estrela  que, a seu ditoso tempo, me fará o obséquio de sublimar a extenuante solidez externa.

E tudo, uma vez mais, será vibrante.
E tudo, mais uma vez, será luminoso.
E tudo será, novamente, aquecido e pulsante.

E de felino, serei cachorro, lobo caçador.
De lítico serei brisante, diáfano dançante sobre matérias ondulantes.
E, de Anti-cardíaco, serei Cerebral.
Ainda mais: serei Límbico.

Rafael Victor

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